sexta-feira, 13 de abril de 2018

COGNIÇÃO AULA 3


COGNIÇÃO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA

Aula 3 Processos Cognitivos

INTELIGÊNCIA e CRIATIVIDADE
Introdução:

Estudaremos neste capitulo dois processos que participam da aquisição do conhecimento: A inteligência e a criatividade. Estes junto com outros processos cognitivos são fundamentais à aquisição do conhecimento. Os processos cognitivos são: Percepção, Memória, Inteligência, Criatividade, Pensamento, Linguagem, Formação de Conceitos, Raciocínio, Resolução de Problemas e a própria Aprendizagem.

Nesta disciplina compreenderemos melhor a importância e relação entre eles, assim, o professor terá condições de organizar suas aulas, incluindo em seu planejamento atividades que desenvolvam os processos cognitivos e facilitem a aprendizagem de seus alunos.

1. Processos Cognitivos

1.2.      - INTELIGÊNCIA

Iniciaremos fazendo uma revisão no conceito de inteligência. Um conceito bem complexo que envolve muitos elementos, cuja sua definição dependerá também da concepção que o aborda.

Na psicologia provavelmente foi conceito que mais evoluiu. Em cerca de 130 anos a psicologia caminha com suas pesquisas e estudos e tem havido uma grande evolução na forma de pensar sobre a inteligência e conseqüentemente o que é ser inteligente.

Fig 1: Ser inteligente envolve muitos aspectos da cognição, além de outros fatores internos e externos.















No capítulo anterior estudamos dois processos importantes para compreensão dos processos que serão refletidos neste capítulo: percepção e memória.

Vários autores, baseados em suas propostas teóricas, buscam definir a inteligência, assim, temos um conceito complexo e difícil de definir em poucas palavras.

Nas aprendizagens escolares ou do cotidiano, o ser humano necessita articular ideias e buscar adaptação as novas situações. Contudo, observando as pessoas percebemos que elas reagem de forma diferente diante de um desafio, uma atividade corriqueira ou  até mesmo, durante a resolução de um problema.
Iniciaremos agora algumas reflexões importantes sobre um dos processos cognitivos mais estudados na psicologia: a inteligência.

Quem você considera inteligente? Reflita...
Podemos afirmar que existem pessoas mais inteligentes e outra menos?
Por quê?
Teríamos como mensurar a inteligência de uma pessoa? Como?

E para que estas informações são importantes? Irá interferir negativamente ou positivamente na vida de alguém?

O fator mais importante seria quantidade ou qualidade na inteligência?
Como falamos inicialmente no texto este conceito muito se modificou ao longo da história das ciências e mais especificamente ao longo da história da Psicologia e ainda hoje trás algumas polêmicas em seu debate. Atualmente a maioria dos psicólogos defende a proposta da qualidade da inteligência. Este grupo propaga a idéia cognitivista. Enquanto que outro grupo, os psicometristas defendem a idéia da mensuração da inteligência. Medem a capacidade intelectual através de testes padronizados.

Fig. 2 Os cognitivistas acreditam que existem várias inteligências.
Somos versáteis e mais inteligentes do que imaginamos.

Os cognitivistas acreditam que as pessoas podem melhorar a














Estudamos na Psicologia da Educação I entre outros assuntos alguns processos cognitivos: Percepção e Aprendizagem.

qualidade de sua inteligência sendo estimuladas ao longo do seu desenvolvimento, ou seja, a escola, a família e a própria sociedade são coadjuvantes neste processo evolutivo.

A ideia de uma inteligência única vem sendo questionada, assim como a forma de quantificá-la por meio de testes. Estes avaliariam apenas a capacidade verbal e lógica-matemática. Ao contrário, a inteligência pode ser formada pela síntese de diversas competências, como a espacial, musical e interpessoal. (Gardner, 1994)

Gardner assim como outros psicólogos cognitivistas entende que a condição para um bom desenvolvimento da inteligência aumentaria a possibilidade de uma aprendizagem mais eficiente. Assim, o grupo de psicólogos cognitivistas alega que não se trata simplesmente de mais ou menos inteligência e sim da qualidade de desenvolvimento.

Uma criança deve ser estimulada a pensar em todas as fases de seu desenvolvimento, Uma estimulação adequada ajuda a desenvolver sua linguagem, o raciocínio lógico, a percepção e a memória; e todos os outros processos mentais, tendo assim, um efeito positivo no desenvolvimento cognitivo, social e afetivo desta criança.

Fig. 3 A criança bem estimulada tem condições de desenvolver sua inteligência.

No início do desenvolvimento cognitivo o aprendizado é feito através dos sentidos e da atividade motora. Desta forma a criança desenvolve sua inteligência e terá condições de se adaptar ao mundo. Isto é o que pensava o suíço Jean Piaget que revolucionou a capacidade de compreensão da inteligência humana.

Nas fases posteriores da infância, a lógica formal que rege as ações do sujeito evoluirá até chegarmos ao pensamento flexível e abstrato do adulto; que também deve ser estimulado até o fim dos seus dias.

No próximo tópico faremos um breve passeio na história e verificaremos a evolução do conceito aqui estudado. Pois, trata-se de
um dos conceitos que mais se transformou ao longo da história das ciências e mais especificamente da Psicologia.













Sugerimos antes de estudar este conteúdo reler os trechos sobre Percepção na disciplina Psicologia da Educação I.

Veremos que muito do que se pensou ainda hoje tem alguma repercussão.

1.2.1 Um breve histórico do conceito de inteligência na Psicologia.

O pensamento pré-científico nos mostra que os Egípcios tinham a ideia de que o pensamento estava localizado no coração e o julgamento na cabeça e nos rins. Esta afirmação aparentemente absurda é parcialmente considerada e debatida na teoria da inteligência emocional e assim, o fundador desta teoria que estudaremos de forma mais aprofundada posteriormente, considera o coração”, representados pela idéia das emoções como responsável por importantes decisões em nossa vida.

Mais tarde alguns filósofos fizeram propostas já com metodologias científicas:

Pitágoras e Platão foram os primeiros a levantar a idéia de que a mente se encontrava no cérebro. Aristóteles defendeu a idéia de que o processo do pensamento encerrava componentes emocionais e morais ou éticos, fazendo assim, uma separação dos processos emocionais e racionais.

Fig.4 – Pitágoras, Platão e Aristóteles, respectivamente.
A filosofia mostrou à ciência, a idéia de que a inteligência acontece a nível cerebral.


Gardner (1994) em seu livro intitulado Estruturas da Mente explica que um fisiologista chamado Joseph Gall no final do século XVIII propôs uma teoria: Frenologia. Esta teoria falava que diferentes partes do cérebro serviriam a funções distintas. Esta diferença era mostrada anatomicamente pelas saliências e reentrâncias do seu contorno (sulcos cerebrais). As discrepâncias anatômicas seriam indicadores de capacidades e traços de personalidade. Este pesquisador defendia o aspecto hereditário, biológico, na formação da personalidade e da inteligência. (apud Cassundé Portella, 2008).

Hoje a ciência reconhece o fator biológico como fundamental ao




O xadrez é um jogo milenar que atualmente é muito utilizado na escola e em consultórios para estimular o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático.

desenvolvimento dos aspectos citados, contudo, também reconhece o ambiente como outro fator fundamental.

A teoria supracitada não ganhou adeptos nem comprovação científica e com isto perdeu seu espaço e não se tornou uma teoria científica. Porém, deixou uma reflexão positiva: a de que existem diferenças de inteligências entre as pessoas.

Outra teoria que não tem mais relevância científica é de Galton um engenheiro britânico que considerava também diferenças individuais e entendia a inteligência como fator unitário. Foi o primeiro a tentar criar um teste para medir a capacidade mental.

Seguindo nossa história, a chegada dos testes de inteligência, avaliação quantitativa, reforça a psicometria área da psicologia que estuda e desenvolve instrumentos que mensuram a inteligência humana.

Destaque para Spearman (1863-1945) que propôs a teoria bifatorial: a inteligência, para ele, era medida em caráter geral somada a perícias específicas, ou seja, em cada atividade seria necessário uma dose de inteligência geral somada à perícia específica daquela atividade. Por exemplo, na matemática: resolver um problema matemático de aritmética necessitaria inteligência geral mais compreensão de conceitos numéricos.

Fig 5 A inteligência pode ser avaliada quantitativamente e qualitativamente.


Contudo, o psicometrista que mais se destacou e ainda hoje é conhecido em todo o mundo foi Alfred Binet.

Em 1904, o governo francês convocou um psicólogo para criar uma forma de avaliar crianças em escolas. Os professores franceses estavam incomodados com a diferença no ritmo de aprendizagem destas crianças. Algumas crianças aprendiam mais rapidamente que outra e eles desejavam separá-las em turmas distintas.

Assim, surgiram os primeiros testes de inteligência padronizados. Hoje muito conhecidos, pois, avaliam o Quociente de Inteligência







A filosofia, a medicina, a biologia, a antropologia e a sociologia, dividem até hoje o cenário de estudos com Psicologia sobre a inteligência.

(Q.I), que é obtido pela divisão da idade mental idade avaliada no teste pela idade cronológica idade real do sujeito avaliado; multiplicado por 100 (percentual). O resultado numérico  é interpretado pelos psicólogos como dentro do padrão típico maioria da população, acima ou abaixo do padrão pequeno percentual que remete aos alunos com necessidades educativas especiais.



Fig. 06 – A maioria das crianças avaliadas nos testes tem o Q.I. apresenta escore típico; esperado para sua idade (em torno de 100).

Quando se aborda o tema inteligência muitas questões devem ser consideradas. De acordo com Miranda (2008) uma das grandes polêmicas é a questão dos testes que avaliam o quociente de inteligência (Q.I); ele deve refletir a soma dos resultados de várias tarefa avaliadas num indivíduo, ou seja, suas habilidades cognitivas como memória, raciocínio e linguagem. Num entanto, ele não representa a desempenho cognitivo em sua totalidade. Pode-se, contudo, detectar alguns déficits específicos ou atraso global no desenvolvimento. Além deste tipo de avaliação, a inteligência pode ser avaliada com outros instrumentos que mostram a qualidade e o nível de desenvolvimento de uma pessoa em relação a sua faixa de idade. Exemplo: Exames Clínicos Piagetianos.

Desta forma, logo de início Binet encontrou adeptos e oponentes, entre estes últimos, Jean Piaget, já citado anteriormente, foi um dos profissionais que aplicavam os testes nas crianças. Piaget constatou durante a aplicação dos testes que muitas crianças deixavam de acertar por não entender a pergunta ou ainda por terem respostas interessantes, mais com a lógica diferente da do adulto, porém adequada para sua faixa etária. Assim ele discordou de Binet que interpretava a situação como erro ou “falta de inteligência”. Piaget considerou que a criança evolui sua lógica até chegar ao pensamento formal do adulto. Conheceremos melhor sobre seu pensamento na
próxima disciplina: Fundamentos Psicológicos e Epistemológicos da Educação.
















Uma pessoa que tem como resultado no teste a idade mental igual e sua idade cronológica têm, portanto o Q.I = 100, que corresponde ao
Q.I. médio da população.

1.2.1.1 - Conceitos e propostas atuais da Inteligência humana:

Nos últimos anos os estudos nesta área continuam avançando de forma significativa. Vários psicólogos continuam se preocupando e estudando a inteligência atualmente. Apesar da proposta de Binet e a mensuração da inteligência ter tido forte influência durante muitos anos e ainda hoje uma parcela de psicólogos comungarem com estas idéia e técnicas, uma grande maioria tem um visão mais ampla deste conceito, considerando não a quantidade e sim a qualidade da inteligência humana.

1.2.1.1.1- A Inteligência e as Emoções: Teoria da Inteligência Emocional:
Entre os psicólogos que defendem a idéia da qualidade do desenvolvimento nos referimos com destaque a Daniel Goleman, um psicólogo americano com titulação máxima em estudos nesta área, que escreveu um livro, intitulado “Inteligência Emocional”.

Neste livro Goleman apresenta a proposta de que saber usar as emoções é o melhor caminho para sucesso de pessoas; tanto no trabalho como na vida pessoal.

Num seminário apresentado em São Paulo em abril de mil novecentos e noventa e nove, Goleman afirma que Q.I. elevado e sucesso profissional não caminham necessariamente juntos. Ele cita alguns exemplos ente eles o de um jovem que entrou numa famosa universidade americana com 100% de acerto nas questões e não conseguiu terminar o curso por falta de motivação.



Fig. 07 Aprender a lidar com as próprias emoções e de outras pessoas facilita a adaptação o desempenho.


Goleman defende que além da razão que influencia nossos atos, as emoções são responsáveis pela adaptação e resoluções de difíceis












Daniel Goleman com sua proposta da inteligência emocional revolucionou a forma de pensar a inteligência, pois, mostrou a importância das emoções neste processo tão complexo.









Toda pessoa deve tentar desenvolver estas áreas da inteligência emocional para melhorar a qualidade de suas relações e consequentemente sua vida pessoal e profissional.

problemas. Goleman destaca algumas habilidades emocionais fundamentais para atingirmos nossos objetivos e nos adaptarmos bem as situações que vivemos: controle do temperamento, adaptabilidade, persistência, amizade, respeito, amabilidade e empatia. (apud Cassundé Portella, 2008)

Daniel Goleman divide a inteligência emocional em cinco áreas fundamentais, são elas:
1.        Autoconhecimento emocional: reconhecer um sentimento enquanto ele ocorre nomeando e facilitando a relação com este sentimento. Ex: no caso de sentir ciúme e podendo controlá-lo.
2.        Controle emocional: sucesso em lidar com os próprios sentimentos saber expressá-los ou ainda controlar ou resolver problemas que o envolve. Ex: na raiva
3.   Auto-motivação: concentrar a energia no objetivo esperado facilita o desempenho. Ex: tirar bom proveito da ansiedade.
4.    Reconhecimento das emoções de outras pessoas: reconhecer os objetivos e motivos alheios facilita a relação e a resolução de possíveis problemas. Comentário: devemos desenvolver desde cedo nas crianças esta habilidade.
5.    Habilidades em relacionamentos interpessoais: Esta habilidade bem desenvolvida facilita nossas ações e convivência harmoniosa. Ex: com os colegas no trabalho, com a família e com os alunos.

Desenvolvimento da Inteligência emocional:

Começar a desenvolver estas habilidades na infância, ou melhor, ainda quando bebê é o mais indicado. O bebê que tem esta oportunidade oferecida por pais ou outros educadores pode identificar as emoções e reagir positivamente; assim, como aprender a administra uma emoção difícil de suportar, como a frustração. Logo cedo a criança já começa a experimentar emoções como a angustia e o ciúme, além do prazer e alegria. Saber que o estão sentindo e como lidar com elas facilita o amadurecimento emocional e conseqüentemente a inteligência emocional. Desta forma, é mais provável que cresça um adulto mais ajustável e adaptável ao seu ambiente.
Fig.8 Os educadores podem ensinar também como as crianças podem lidar com suas emoções.
Promover o desenvolvimento destas competências em nossos alunos favorece nossas relações em sala de aula e o clima de aprendizagem.
















O professor deve ajudar seu aluno a aprender a administrar suas emoções, nomeando e explicando os significados subjacentes ao contexto.

1.2.1.1.2: Uma Inteligência ou Múltiplas Inteligências?

Lembra quando falamos da teoria chamada Frenologia do fisiologista Gall? Ela deixou uma contribuição: a reflexão de que as pessoas não são iguais do ponto de vista da inteligência. E foi também inspirado nestas idéias que o psicólogo americano Howard Gardner baseou sua proposta.

Você acha que temos uma inteligência ou muitas inteligências? Gardner propõe que temos várias inteligências.
Howard Gardner propõe em sua teoria, baseado em longas pesquisas, que temos múltiplas inteligências. Como já citamos Gardner não foi o pioneiro nesta concepção como vimos no breve histórico do conceito de inteligência. Outros cientistas falaram em diferenças na inteligência. Contudo, nenhum pesquisador anteriormente baseou-se em tantas pesquisas que leva a entender que a mente não é singular e sim plural. A diferença nas inteligências resulta em capacidades diferentes e talentos inusitados.

Fig. 09 Desde cedo as crianças demonstram maiores habilidades numa inteligência ou combinação de inteligências.

Howard Gardner respaldou seus estudos em pesquisas nas áreas da Neuropsicologia, da Antropologia, das Ciências Biológicas e da própria psicologia. Investigou pessoas de diferentes profissões e capacidades e com atenção especial para os talentosos e estudos de casos com prodígios e pessoas com dificuldade de aprendizagem; além de estudos com a criatividade, chegando á conclusão que os seres humanos desenvolvem as atividades cotidianas.

...”depois de ter conhecido Jerome Bruner, um pioneiro na pesquisa da cognição e do desenvolvimento humano, e de ter lido as obras de Bruner e de seu mestre, o psicólogo suíço Jean Piaget, resolvi fazer pós graduação em psicologia do desenvolvimento cognitivo." (Gardner, 2005, Portal Educação)

Gardner se considera um psicólogo cognitivista e confronta a





Howard Gardner fala que temos ritmos diferentes de desenvolvimento nas várias inteligências.





















No nosso dia-a-dia observamos que existem habilidades e talentos bem diferentes nas pessoas e que ninguém é “bom em tudo”.

proposta psicométrica: que entende a Inteligência como um fator geral seu principal representante Alfred Binet. Os psicometristas entendem que inteligência humana é única e pode ser mensurada a partir de testes padronizados. Binet criou testes de inteligência que pretende avaliar percepção, memória, julgamentos estéticos  e morais, pensamento lógico e linguagem (compreensão de frases).

A perspectiva psicométrica marcou e predominou durante anos a compreensão do conceito de inteligência e a ainda hoje encontra adeptos a esta concepção.

Contudo, grande parte dos psicólogos atualmente adere a posição cognitivista que teve como precursor Jean Piaget, já mencionado neste capítulo. Jean Piaget entendia a inteligência como um processo em contínuo desenvolvimento qualitativo a qualidade deste desenvolvimento deve ser mais importante do que a quantidade. Não devendo ser avaliada em números e sim em características de evolução da lógica do pensamento.

Gardner comunga com vários aspectos da teoria piagetiana, principalmente com avaliação qualitativa. E agrega a esta ideia que nós seres humanos temos várias inteligências: pelo menos 8 potencialidades ou inteligências.

Estas oito inteligências não são independentes entre si. Para realizarmos a maioria das atividades do cotidiano, principalmente as mais complexas requerem a combinação de algumas inteligências. Por exemplo, uma ginasta precisa usar a inteligência corporal cinestésica, a espacial e lógica matemática, além da interpessoal e intrapessoal. Para ser uma boa ginasta e atingir seus objetivos ela necessitará combinar elementos de todas estas inteligências e ainda mais da inteligência lingüística. Um poeta deve articular as inteligências lingüística, interpessoal e intrapessoal para tornar sua poesia compreendida a admirada. Além destas, poderemos analisar em várias habilidades humanas.

As oito inteligências propostas por Gardner:

1. Inteligência lógico-matemática:
Confrontar e avaliar objetos, abstrair e discernir suas relações e princípios subjacentes.(Gardner 2008, p. 28).
Esta é a inteligência lógico-matemática. Provavelmente você  deve está se perguntando onde estão os números neste conceito de inteligência. A habilidade numérica é apenas uma entre outras habilidades matemáticas. E é considerada uma das inteligências mais importantes para o ser humano.













A Inteligência Lingüística encontra-se entre as Múltiplas inteligências definidas e estudadas por Howard Gardner



























O professor de matemática deve oportunizar aos alunos atividades que viabilizem o
desenvolvimento das diversas habilidades da lógica-

Gardner define como a inteligência para explorar relações, categorias e padrões, através da manipulação de objetos ou símbolos e para experimentar com controle; é a habilidade para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer problemas e resolvê-los. Destacam-se nesta área, de acordo com ele matemáticos, cientistas e filósofos.

Como foi mencionada acima, a maior parte das pessoas relaciona a matemática apenas aos números e algoritmos. Contudo devemos lembrar que sem a matemática nossa rotina seria impossível, ela se baseia na matemática.

Para descrever um passeio que fez com a família, uma pessoa falaria do tempo, do espaço, do deslocamento, de objetos utilizados, etc. Trata-se de uma atividade que envolve matemática em vários aspectos, tempo de deslocamento e de permanência, quilometragem, segurança, categoria dos objetos e lugares envolvidos no passeio, gastos, entre outros. Mesmo que concretamente não haja um contato com números e algoritmos, necessariamente será usado raciocínio lógico com abstração mental para que o passeio seja realizado com sucesso.

Desta forma, devemos atentar para o fato de que  mesmo pessoas que não têm habilidade numérica podem ter um ótimo raciocínio lógico-matemático.

Fig. 10 – Não é apenas a eficiência em números a algoritmos (regras matemáticas) que define a capacidade neste tipo de inteligência.
A habilidade numérica é uma habilidade inteligência lógico- matemática.


2. Inteligência Linguística: Gardner considera fundamental domínio e amor pela linguagem e pelas palavras, com desejo de explorá-las (Gardner, op.cit.). E que, além disto, a pessoa compreenda as diferentes funções da linguagem e as diferentes formas de expressão. Com sensibilidade para sons, ritmos e significados das palavras poderemos fazer bom uso da  linguagem  e  assim,  argumentar,  diversificar  formas  de
expressão, convencer, agradar, incentivar ou transmitir idéias.
matemática e não se prender só a habilidade numérica.










Os jogos educativos são excelente caminho para o desenvolvimento da inteligência lógica-matemática. Exemplo: xadrez, torre de Hanói, Tangram, Dominó, baralho, Pega varetas, Resta 1, Blocos Lógicos, etc.














Para o desenvolvimento da inteligência lingüística necessitamos de muitas habilidades lógico- matemática, como organização, padrão, classificação, correspondência entre outras.


Não dá para passar um dia sem a matemática. Quando falei um dia já usei matemática.

O professor deve desenvolver esta inteligência para atingir seu objetivo principal: transmissão cultural, conhecimento formal, informal, costumes e regras de uma cultura.

Gardner considera esta inteligência exibida em sua maior intensidade pelos poetas. Não podemos esquecer os Humorista e Mímicos que com esta habilidade bastante desenvolvida ‘brincam com a linguagem’.

3.       Inteligência Corporal-Cinestésica: Inteligência usada no momento de resolver problemas, criar e usar o corpo no espaço. A cinestesia define o sentido do movimento. Assim, usa-se a coordenação fina e ampla nos movimentos do corpo: nos esportes, arte cênica ou plástica, dança ou em atividades laborais.

Lembremos em destacar os super atletas do esporte, como destaques no Vôlei, Fórmula 1, Futebol, que manipulam o corpo com agilidade e precisão.

4.       Inteligência Espacial: Gardner descreve como a capacidade de perceber o mundo visual e espacial de forma sensível e precisa e assim, encontrar soluções para possíveis problemas. Utiliza-se a representação mental dos objetos e a manipulação deles mentalmente criando assim, tensão, equilíbrio e composição.

Destacamos o arquiteto, o engenheiro, o designer e artesãos. Eles desenvolvem formas de criar soluções em ambiente: harmonia, aproveitamento de espaço, beleza e criatividade, deixando assim um ambiente agradável e funcional.

5.       Inteligência Musical: observamos a habilidade em apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical. Fundamental: desenvolver a discriminação dos sons, sensibilidade para ritmos, timbre e harmonia musical.

Atenção! Gardner acredita que esta inteligência tem uma correlação importante com a inteligência lógico-matemática, uma auxilia no desenvolvimento da outra, podendo ser um artifício didático para o professor utilizar. Ritmo e compasso é matemática!

6.       Inteligência Interpessoal: É fundamental aos professores, vendedores, psicoterapeutas, jornalistas e para todas as pessoas. Gardner fala da necessidade em desenvolver
habilidade para compreender o que ocorre com o outro e seus




O mímico necessita desenvolver as inteligências lingüística, corporal- cinestésica, espacial, interpessoal e intrapessoal para obter sucesso em seu trabalho.













Para a maioria das atividades diárias necessitamos utilizar a inteligências corporal cinestésica.

temperamentos, desejos, motivações e emoções e saber se organizar frente a estas questões.

7.       Inteligência Intrapessoal: É o mesmo que a inteligência interpessoal, só que interno. Saber compreender, perceber os próprios sentimentos, desejo e motivações e encontrar a solução dos próprios problemas.

Estas duas inteligências descritas por Gardner foram muito estudadas por Goleman, lembra? A inteligência emocional propõe a mesma idéia, só que reunindo as duas em um só elemento e realçando a importância desta inteligência para o sucesso profissional e pessoal

8.       Inteligência Naturalista: É a capacidade para compreender, apreciar e propor soluções para as questões que envolvem a natureza, todos os seres vivos e o universo. Trata-se de uma das mais recentes inteligências estudadas por Gardner. Ex: ecologistas, gestores ambientais, biólogos...

Gardner considera a forma primária e a secundária. A primária tem  ao menos o mínimo desenvolvido nas oito inteligências. No entanto, ninguém consegue ter todas elas super desenvolvidas. A forma secundária desenvolve-se em algumas inteligências, porém, precisaremos de talento herdado, motivação e esforço pessoal. Portanto, é preciso oportunidade e motivação ao aluno para que seus talentos sejam descobertos e desenvolvidos.

Implicações educacionais

Um dos desejos de Gardner é que sua teoria seja utilizada em favor da pedagogia, diversificando a metodologia e favorecendo avaliações mais eficazes. Ele discorda da pedagogia que apenas treina a inteligência.

Fig. 11 A música pode ser um excelente estimulador para a matemática

Gardner continua pesquisando e desenvolvendo estudos e assim, ampliando sua teoria. Ele fez 60 anos em 2003 e esperamos contar ainda com grandes contribuições para esta rica proposta Como citamos   continua   em   pesquisa   as   inteligências   Naturalistas   e
Existencialistas; além da Pictórica, que foi estuda por ele junto com
Pensamento filosófico. Exemplo de inteligência Existencialista: a mais recente estuda por Gardner.












As inteligências interpessoais e intrapessoais juntas se assemelham a proposta de Daniel Goleman estudada anteriormente. Ambas são muito importante para o sucesso pessoal e profissional de todos.



No livro Mente disciplinada Garder explica como podemos aproveitar bem sua teoria para favorecer a aprendizagem.

uma brasileira Kátia Smole, em sua pesquisa de Doutorado.

2.      CRIATIVIDADE:

Você Se considera uma pessoa criativa? O que o criativo faz diferente dos demais? Todos nós somos criativos? Podemos desenvolver nossa criatividade?
A criatividade é um processo cognitivo normalmente muito desejado e valorizado na nossa sociedade em atividades profissionais, nas artes e no dia-a-dia. O criativo é a pessoa flexível, versátil, inovadora e potencial de inventividade.

Pensar que podemos ser criativos em várias situações cotidianas é muito importante para lembrar que nos pode ser muito útil. Reciclar um material na sala de aula e transformar uma decoração pode ser econômico e ecologicamente correto. Assim, mudamos a idéia de que a criatividade só ocorre entre os artistas e grandes inventores. Toda pessoa tem a capacidade criativa e pode desenvolvê-la sempre.

2.1  nteligência e da Criatividade:

Davidoff (2001) explica que a Inteligência e a criatividade baseiam-se em diferentes habilidades:

Pensamento Convergente: raciocinamos de maneira convencional, lógica dedutiva, para chegar a soluções únicas e corretas para a resolução do problema. A inteligência requer esta convergência.

Pensamento Divergente: se afasta dos padrões convencionais e resulta em mais de uma solução aceitável para o problema. Utilizamos mais o raciocino indutivo e hipotético. A criatividade é uma atividade mental inovadora que faz uso do pensamento divergente, flexível. Sub-habilidades: fluência, flexibilidade e originalidade.

2.2   - Criatividade na escola:

Na matemática, é possível ter um pensamento divergente?
Sim, existem formas criativas para resolver um problema convencional. Podemos criar novos passos para resolução.

As metodologias de ensino estimulam o pensamento divergente ou o convergente? Quais as conseqüências para o desenvolvimento das crianças e adolescentes?
As metodologias estimulam mais o pensamento convergente.



Favoreça o desenvolvimento da criatividade nas crianças, pois, ajuda no desenvolvimento da inteligência e resolução de problemas.




































O teatro é um ótimo caminho para estimular a criatividade de forma interdisciplinar.
Várias disciplinas podem ser exploradas, entre elas a matemática.

Contudo, ambos devem ser estimulados, pois, caso contrário, perdemos a oportunidade de desenvolver pensamentos flexíveis.

No próximo capítulo, continuaremos estudando os processos cognitivos para ampliar o conhecimento sobre a aprendizagem. Veremos que aprender pode ser muito mais interessante do que se imagina.

REFERÊNCIAS:

GARDNER, H. (1994) Estruturas da Mente: a teoria das inteligências múltiplas. Artmed.

PINTO, G. C. (org) (2008) - A Mente do Bebê: o fascinante processo de formação do cérebro e da personalidade 2 ed. Revisada e ampliada. São Paulo: Duetto Editorial

WWW. Edutec.net Charles E. Resumo do Seminário de Daniel Goleman em abril de 1999, São Paulo.

Portal da Educação - www.portaleducacao.com.br/

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